25.8.14

Outra de tantas.

Sinto que ao vir aqui e exteriorizar falo ainda mais para mim. Sinto que, ao vir aqui, estou mais, ou, perto de ti. Você que nunca soube, exceto por uma carta de aniversário da qual recordo a frase "E vir aqui, despida de qualquer proteção que uma filha poderia ter para com o pai" quis falar de amor, principalmente respeito. E acho que chorou, entendeu. Já não éramos crianças. Exceto ao atravessar a rua, momentos dos quais nunca abriu mão de segurar minha mão, virei criança. Eu atravesso correndo, e hoje quem briga é outro homem. Também um homem da minha vida.
Não, essa carta não é para você ou para Romeu. Ou para ele, que me partiu o coração ao partir. Sigo outros rumos nesta escrita, intitulada de mim para mim.
É que esqueci o que sentir...e não ouço músicas sem escorregar dos olhos lágrimas de lembrança. Pensamentos, penso...jamais lembro pois nunca esqueci. Esquecerei?
A morte é tão sutil para quem foi. Para mim, que fico, que sei a respeito?
As músicas todas nos cabem, eu só ouço amor, tudo feito por nós, preto, me vem a saudade.
Olha, me esclaresça caso tudo seja loucura, mas não venha maldizer a morte. Não quero ouvir vozes, quero o silêncio que não me traz medo ou aceitação...o que quer que se deva sentir ao perder um pai. Ao lembrar, todos os dias, dessa perda. Devo dizer dor, mas é forte e quero esquecer.
Eu vim lhe dizer, me dizer, que conseguimos. No final do ano realizarei o meu sonho, aquele que só você com todo receio apoiou. Você conseguiu, obrigada outra vez. Sempre.

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