30.10.11

Cuida-me, como a menina dos teus olhos.

 “ Soltei a respiração.
Imediatamente, ficou muito claro que essa era a única coisa a ser feita. Eu não teria aceitado nenhuma outra resposta. Não teria confiado em uma voz grave (...)  A verdadeira sabedoria fornece a única resposta possível para determinado instante e, naquela noite, voltar para a cama era a única resposta possível. Volte para a cama, disse aquela voz interior onisiente, porque você não precisa saber a resposta final neste instante, ás três horas da manhã de uma quinta-feira de novembro. Volte para a cama, porque eu amo você. Volte para a cama, porque a única coisa que você precisa fazer por enquanto é descansar um pouco e cuidar bem de si mesma até saber a resposta. Volte para a cama, para que quando a tempestade chegar você esteja forte o suficiente para lidar com ela. E a tempestade vai chegar, meu bem. Em breve. Mas não esta noite. Portanto:
Volte para a cama, Liz. “

Desesperadamente eu adoto sinônimos pra o que deixo de sentir. E copio desabafos dos problemas que não são meus, mas que são tão eu. Tenho perdido a originalidade e mais, muito mais...Tenho perdido as palavras, a consciência, a paz, o equilíbrio, o sentido, tenho me perdido nas madrugadas que não são frias ou quentes, porque eu não sinto absolutamente nada. E quando falo nada, é de absolutamente tudo.
Todos os dias - ao ver o sol fraco porém alto - , eu tenho fé de que as coisas vão melhorar, e acredito fervorosamente que tudo voltará ao lugar, inclusive a minha cabeça. E deixo a última lágrima escorrer, como se acreditasse que ela realmente será a última. Mas os dias não mudam, e os problemas surgem como se já não bastasse os que tem me revestido a alma.
Eu tenho só quinze, não sei lidar. Nem com amor, nem com ausência, nem comigo ou com alguém.  E o máximo que consigo é fechar os olhos e pedir que Ele me diga o que fazer, e todos os dias as minhas orações são básicamente isso: Por favor, me diga o que fazer. Por favor, me diga o que fazer. Por favor, me diga o que fazer. Inúmeras vezes.
Porque a resposta alguma hora surge, e o silêncio vai trazer paz, e a fé continua a me fazer acreditar que no dia seguinte o equilíbrio virá. E a paz virá. E o sono virá. E a calma virá. E as respostas também virão. Ainda que demore um pouco, mas que demore só um pouco mesmo. Porque já me sinto fraca, Senhor.

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