21:35
Mas agora o que me vestia era um pano fino, de linho branco.
As pernas ainda de fora, gosto delas.
Escolhi a mesa mais afastada, no entanto mais próxima de mim.
A mesa era de uma madeira boa - da qual não recordo o nome -
com acabamento em verniz escuro e forte.
Como ele.
Era bem pequena e redonda
Estava fria.
Na minha mesa tinha duas cadeiras do mesmo verniz que a mesa,
além da que eu usava, porque não sabia o que me esperava.
Agora ele não estaria na mesa ao lado,
Viria até mim.
Acho que esse é o motivo d'eu sempre chegar primeiro,
não gosto de ir até eles.
21:42
A ansiedade era estupenda, maravilhosa.
Como um rato, ele beliscava os meus órgãos me deixando vazia
me fazendo esquecer todo o ensaio.
E aquele mesmo frio de antes me rasgava a pele
entrava pelos poros e me congelava por dentro.
Logo depois, por fora.
E eu disfarçava, claro
fato dos dentes superiores
brigarem com os inferiores
Então coloquei um som ambiente
que busquei na memoria
Me lembrando de lembrar que eu estava numa livraria.
- Um café, amargo como ele, por favor.
Eu pedi, apontando para o cardápio na mesa.
Sabia que ele era visivelmente mais consciente
em problemas universais do que eu.
Fugiria desse assunto.
Falaria sobre música, literatura, filosofia
e tudo o que eu pudesse argumentar
21:45
Puta merda, ele era mesmo um charme.
Quando o vi pôr os pés na portaria,
com um olhar feroz procurando
O quê?
Ele me sorriu um sorriso sacana
destruindo minha estrutura.
Subiu as escadas
sem desviar o olhar
Ah, que coragem.
As roupas não reparei
certamente lhe vestiram bem
Porque não lembro de deixar de deseja-lo
em algum momento.
21:53
Sentou-se.
Não ao meu lado, a minha frente.
Tirou chaves, carteira, celular
tudo o que havia nos bolsos.
Colocou sobre a mesa.
Só então lembrou-se de me cumprimentar.
Debruçou-se sobre ela e eu o repeti
Ele me beijou a testa, muito intimo.
ora, ora... essas possibilidades infinitas que acontecem em outras dimensões :) amei
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