8.10.12

Inveja dela.

Desliguei o celular e mudei as redes sociais. Me desapego fácil do teu cheiro forte de medo, de vinho não. De beck  e muito pouco sobre amor. Engraçado que elas sempre citam os teus muitos livros na estante, e associam o "russo" a tua presença. Aí eu olho pra você, que me olha com esses olhos caídos, e vejo uma criança me pedindo a mão. E late, esse cachorro faz muito barulho.
Penso por quanto tempo elas vão achar que você é tudo o que diz ser, e se continuarão a escrever pra ti e ler o que você cospe. Penso por quanto tempo elas suportariam sua alma. E lembro que ninguém fará mais do que eu faço. E lembro que ninguém vai te ver ir embora e continuar sentada, agarrada a sua taça enquanto lê O  ovo e a galinha de Clarice sem enlouquecer e sem se apaixonar. E lembro que nenhuma delas é tanto quanto eu.
Um dia bêbados e molhados no chuveiro eu cuido de ti com um amor maternal e você me fala, meio gaguejando pra lembrar teu bom inglês e o quê mesmo você estava prestes a falar: Today you are part of me and this is very important. Pára, essa é a coisa mais linda que ouvi de qualquer homem. E se torna forte como contreau por serem ditas nas piores ressacas, enquanto balança seus cachos na tentativa de molhar os meus.
Sinto inveja dela que consegue falar sem pesares que você é o pior e o melhor homem na vida de uma mulher, não vou descordar. Mas ser homem é muito pra você, que busca transcender em cada gole ou foda-se cada gozo. Amar é demais pra você que ainda não aprendeu a parar de fingir necessidade de ser só por si. Ser homem não, por favor. Você ainda é só o meu menino.

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