14.12.10

Apenas lembre-me de sorrir.

então, é isso?

Então estavamos a beira de um abismo e precisavamos sorrir, então os nossos olhos, casualmente, refletiam a mesma morte e tinhamos que sorrir. Abraça-la como amiga, logo eu que nunca gostei muito de abraços ou falsos sorrisos. Então é isso. Fomos obrigados a cortar as asas da borboleta que vimos nascer com tanto esforço, tantos cuidados.
Foram ragando o céu aos poucos, nos tirando cada sorriso e cada olhar...foram nos tirando o pouco que a distância não conseguiu nos tirar, foram nos deixando despidos de carinho, de amores. Foram nos tirando aos poucos o resto de amor, de repente toda mágica de acabou. Então era verdade que o desenho de uma lágrima no rosto do palhaço se cristalisou, então o sorriso era apenas maquiagem e ela se desfaz quando as luzes se apagam, eu me desfaço quando a sua luz se apaga.

O que era pesado demais para aquela borboleta que tinha asas? Além do próprio corpo e do fato de conviver com a idéia de que tem apenas um dia de vida, dois talvez...mas sempre apenas vinte e quatro horas. Então me explique como posso lembrar de sorrir se o chão se abre sob os meus pés, se cada passo são como rachaduras recém-pintadas, cada passo como tiros em um coração recém-costurado. Me ensine a ver o céu azul, me faça reenxergar a beleza de um sol ou de um mar.
Abra a cabeça e me deixe abandonar uma carna na porta do que você conhece como coração, uma carta que explique com a mesma simpliscidade que a minha confusão. Uma carta que fale de amor e não de razão.

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