7.4.12

Carta a um companheiro.

Queria eu - ás vezes - parecer maior e melhor pra mim. Queria em momento algum precisar ir embora, e queria que o verão...eu queria que ele continuasse aqui.
Era assim quando gente era pequeno, todas as tardes eram as nossas tardes. Todos os fins os nossos meios. E a gente se perdeu.
Você é um gigante tão, tão pequenininho que quando encontro teus olhos me pergunto o que foi que sonhei pra você quando ainda éramos irmãos por gosto. São dos nossos planos que sinto falta, quando sonhávamos voar juntos e de todas as vezes que confiou em mim.
Me pergunto se o sangue que corre em ti é tão acentuado quanto o meu porque o tempo...o tempo, ele te mudou de mim.
Já sei que ajo errado quando te grito como mãe, quando esqueço que deixamos a muito de andar juntos. Que agora o que nos mantém em comum é apenas o biológico porque você não é mais um companheiro de aventuras. Não é mais meu pequeno grande detetive.
Você foi assim...deixando que o mundo fosse te esquendo e ficando sempre em segundo plano, foi deixando teus olhos ficarem fundos e tua força esvaindo pro meio.
Ou então eu te passei.
Talvez eu devesse te colocar sempre a minha frente pra que a própria vida lembrasse que você existe também. Talvez eu te mande uma carta dizendo:
- Deus não faz o que o homem pode fazer.
Talvez eu te exija demais.
Ou talvez, talvez eu te queira bem demais...e você é que não consegue entender.

Um comentário:

  1. Ou talvez a vida seja tão tortuosa que nem mesmo deus possa evitar ser um pouco homem ... Lembra: "O homem aprendeu a criar com deus, mas deus aprendeu a..." Não se esqueça de amar, este reúne e reconstrói.E quem sabe o presente não seja melhor que o passado... Eu que o diga, ou melhor Brenda lá no pastel.

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