28.11.12

Dragões amam sozinho.


Nessa noite eu estava naquela correria cômoda de quem faz guerra diariamente. Eram inúmeras cartas a entregar, nenhuma ávida de respostas. Hoje eu havia encontrado a resposta.
Esta noite eu estava navegando pelo interplanetários dos mundos humanos procurando qualquer coisa que me tirasse do sério e fugisse a razão.  Uma foto.
Porra, eram tantas coisas embaçadas no sorriso dele que eu sufoquei o pouquinho de ar que sobrou quando você se foi e engasguei as razões lá no peito. Mas não, eu ainda não quero falar das cores dele não...
Era o cheiro daquela foto que de primeira me prendeu a tela, um cheiro forte de alegria  saudade realização felicidade e o cheiro do sorriso dele irradiando a minha alma que antes tava caída na cama ao lado. Essa alma se espreguiçou devagarzinho como se o tempo fosse todo dela, esfregou os olhos e mergulhou em mim, do lado esquerdo. A minha alma até sorrio, coisa que já nem sabia que podia ser capaz.
E o sorriso da foto beijou meus lábios tão suave como a calda do dragão que me acordava todas as manhãs. E todas as noites eu arrumava a casa, comprava incensos de alecrim pro meu dragão que cedo ou tarde soltaria fogo e queimaria tudo com ele, mas era meu...Meu dragão.
E ele era um inferno me mantendo em chamas. Ás vezes ele sorria (o dragão, não o inferno) e eu me permitia admirá-lo por benditos milésimos de amor inocente. Ele nunca sorria.
Ah, claro, a foto! Era um homem estilo palhaço que me acordou a alma, molhei até os lábios na tentiva de tocá-lo. Esse negocio de amar a distância é um caralho, sabe? A gente nunca pode lhe comprar incensos num sábado a noite. Ele não vem, sábado a noite tem Circo!

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