Deixa ir

Era ali que a história dela começava

Pelas escadas que pareciam levá-la ao topo,

Pelas portas estreitas que a fariam chegar lá

Nada nela tinha lugar exato

mas tudo parecia preenchido

Exceto o coração, que ás vezes aparenta vazio

...pela ciência das horas perdidas

e inclusive os rabiscos não mais publicados

Era dali pra frente

Largando de lado as palavras

para agarrar a conquista, o único sonho

Viver

Antigas lembranças, claro...

sofreguidão e vitórias lado a lado

tudo tinha seus lugares marcados.

Ah, e no baú do coração cabia mais

era impossível calcular a dimensão

daquele lugar infinito

Parecia empoeirado, coisas novas ela tinha

mergulhado ali.

De certo mesmo, só a sua existência

outras pareciam bem mais lembranças imaginarias

regadas por doses de tolerância e solidão

Lá os dias me são desconhecidos. Ausentes.

Sempre noite adentro - madrugada afora !

É aí, na alma, na cabeça, no coração e no corpo

que subitamente saia de dentro pra fora, um mundo inteiro.

É mais ou menos isso e mais um punhado de coisas.

Não, eu ainda não tenho diplomas guardados, não tenho mais rascunhos rasurados no fundo dos cadernos, esses eu já nem toco. Muitas coisas eu deixei pra trás, e o que deixei já não tem importância porque não diz o que eu sou, o que faço.

Não me representa por isso não lhes apresento.

Eu vinha vivendo muito disso, no ócio das palavras. E  trazendo o charme que é uma dose de alcool diariamente, mas nada disso representa o que penso ou sinto, ou até mais, quem eu sou (...)